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Falar sobre Mamonas assassinas é quase sinônimo de irreverência e foi exatamente isso que a Inocentes de Belford Roxo apresentou na Marquês de Sapucaí. A escola trouxe a bateria vestida de Robocop Gay e como se não bastasse a verdadeira Brasília amarela e a bandar cover dos meninos de Guarulhos. O carnavalesco Cristiano Bara contou o motivo de trazer a bateria de Robocop Gay.

- Com essa cancão do robocop Gay, os Mamonas queriam falar do preconceito de uma forma irreverente, alegre, engracada e nós quisemos fazer o mesmo, por isso resolvi trazer a bateria uma ala tão masculina vestida desta forma - explicou Cristiano.

Apesar das piadinhas na concentração os ritmistas aprovaram a ideia. - No começo sofremos um pouco com as gracinhas, mas depois levamos na brincadeira. Entendemos a ideia do Cristiano em fazer uma brincadeira - afirmou o vigilante Luiz cáudio da silva, que desfila há oito anos na escola e toca marcacão de
segunda.
Outro ponto que mereceu destaque no desfile da Inocentes foi a Brasília amarela oriiginal, que puxava o último carro da escola, que trazia os familiares dos integrantes da banda. À frente da Brasília estavam cinco rapazes com roupas para lá de engracadas, remetendo as brincadeiras dos Mamonas Assassinas.

- Nós somos da banda Somrisal, a banda cover dos Mamonas. Nós éramos todos amigos, a ideia inicial era assim que eles fizessem sucesso, em seguida lançar o Sonrisal, mas infelizmente não houve tempo para isso - lamenta Dinho Sonrisal, sósia de Dinho, do grupo homenageado pela agremiação.

O conjunto de carros alegóricos da Inocentes deixou a desejar no Sambódromo. Até o momento, a escola da Baixada Fluminense foi a que apresentou as piores alegorias da noite. O segundo carro, por exemplo, estava com iluminação totalmente apagada. Nas outras alegorias era difícil entender a mensagem do enredo. A comissão de frente, que representava "Os Operários do Sonhos", exibiu uma coreografia bem entrosada, mas, para a infelicidade da escola, parte das fantasias deste segmento se rasgaram ao longo do desfile, que durou 57 minutos.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira se apresentava bem na avenida, mesmo com a chuva, porém, na saída da terceira cabine de jurados, a porta-bandeira enfrentou problemas com as plumas das saias, que precisaram ser retiradas. A bateria, que representava a música Robocop Gay, entrou no segundo recuo faltando pouco mais de dez minutos para o fim do desfile. Com isso, a escola precisou acelerar um pouco a evolução no fim para não correr o risco de ser penalizada pela comissão de cronometragem.

O presidente da Inocentes, Reginaldo Gomes, vibrou com a atuação da escola.
Maravilhoso. A escola estava muito bonita. Do jeito que eu queria. Com muita alegria e irreverencia. A chuva atrapalhou muito, mas espero um bom resultado. Sei que tivemos problemas por causa da chuva, mas todas as outras tiveram - afirmou.

Bateria

A bateria da Inocentes, comandada pelo mestre Washington e fantasiada de Robocop Gay, não parou na primeira cabine de jurados. Na segunda cabine, apresentou uma paradinha. A bateria mostrou ótimo andamento e afinação de qualidade. Bossas muito bem executadas nos módulos 3 e 4. Após a entrada da bateria no recuo, a evolução da escola ficou prejudicada. As alas correram e se espaçaram no quarto módulo.

- Muito bom. Tudo como planejado. Sensação de missão cumprida. A chuva atrapalhou, mas não tirou o brilho. Quem não conhecia a escola, passou a conhecer - disse mestre Washington.

Comissão de frente
A comissão de frente, comandada por Alessandra de Oliveira com a fantasia "Operário dos sonhos", se apresentou para segunda cabine com o tripé torto e com problemas. Aos 39 minutos, ela agitou os setores 13 e 6.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

O segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Peixinho e Priscilla Costa, calçava pantufas e, por isso, o mestre-sala quase sofreu uma queda.

- Um ano de ensaio perdido - lamentou Priscilla.
O mestre-sala Peixinho, que ficou há minutos de entrar na Sapucaí e não havia recebido sua fantasia, classificou como o seu pior desfile.
- Tentei me manter calmo quando percebi que a evolução da Priscilla foi prejudicada por conta da chuva - completou.

Opinião - Luis Carlos Magalhães

- Como não podia deixar de ser, uma grande brincadeira. O melhor do desfile foi o espírito dos componentes, que encarnaram o enredo. Para mim, duas surpresas, a tão curta trajetória dificultaria o desenvolvimento do enredo: não aconteceu! Não faltaram fantasias, ainda que, convencer mesmo, para valer, só a alegoria da Brasília amarela. Outra surpresa que não aconteceu. Um dos fenômenos mais marcantes do pop nacional, com a emoção causada a todos nós pelo acidente.

A Inocentes de Belford Roxo, sexta escola a desfilar na Sapucaí pelo Grupo de Acesso A, neste sábado, recorreu à alegria e irreverência para contar a história do grupo Mamonas Assasinas. A homenagem, no entanto, não correspondeu às expectativas. O público não se comoveu e não foi contagiado pelo desfile da agremiação da Baixada Fluminense.
O esquenta da bateria foi feito com a música "Pelados em Santos", o que garantiu um bom início de desfile. O carnavalesco Cristiano Bara fez uma aposta arriscada ao usar materiais muito simples para confeccionar as fantasiar. A opção acabou comprometendo o visual da escola.
O abre-alas que representava o início da vida artística dos cinco integrantes da banda teve falhas de iluminação e também na fantasia do destaque principal.
A policial civil Isabella Picanço fez sua estreia como rainha de bateria na Sapucaí, esbanjando beleza e boa forma. O samba no pé, no entanto, ficou só para o ano que vem.
Quinze anos após a morte do grupo Mamonas Assassina, que encantou e divertiu o Brasil, a homenagem feita pela Inocentes foi válida, mas o resultado acabou sendo um pouco decepcionante. A alegria de Dinho e seus companheiros não baixou na Avenida.